O Baphomet de Eliphas Levi

Olá, meus queridos e minhas queridas. Sejam bem-vindos ao nosso mais novo Blog. Para maiores informações do que se irá tratar aqui, leia a página sobre os símbolos.

E, logo de estréia, pensei em começar com um tipo de símbolos simples, fácil de explicar, popular e curiosamente ligado a polemicas de todo tipo então pensei "que tal o Baphomet de Levi?". Ele é popular, é ligado a polemicas, (por encrível que pareça) é fácil e simples de explicar, e além disso, foi o símbolo máximo da queda dos Pobres Cavaleiros do Templo do Rei Salomão, ou apenas Cavaleiros Templários, durante o papado de Clemente V e do rei frances Felipe o Belo, durante o século XIII.

Mas, afinal de contas, o que é o Baphomet?



Não se sabe ao certo a origem do nome. Pensa-se que ele, seria:

1. Uma corruptela ocidental do nome "Maomé", dando a entender que o portador de tal figura estaria tentando importar lições importantes do Islã para o ocidente de uma forma velada e secreta, talvez;
2. Um neologismo, juntando palavras "Baphe" e "Metis", de origem grega, o que significaria "Batismo de Sabedoria", em portugues, revelando um significado mais profundo e esotérico da figura;
3. Seria a pronuncia de 5 letras hebraicas, "Beth" (ב), "Pe" (פ), "Vav" (ו), "Mem" (מ), "Tav" (ת). Essa configuração, entretanto, não teria um siginificado. Porém, quando usado o atagrama atbash, muito usado por cabalistas judeus para mudar as letras, e logo o significado daquilo que esta escrito, obtem-se: Shin (ש), Vav (ו), Pe (פ), Yod (י), Aleph (א), resultando, curiosamente, na palavra Sofia, ou Sabedoria em portugues, dando um significado cabalistico / iniciático;
4. Pode ser a composição do nome de três deuses de origem fenicia: Baal = Baph, Pho = Moloch, Met = Set, já remetendo a uma certa origem pagã.

Pelo que podemos perceber, independente da rota que se tente tomar, de qualquer forma teremos a ideia de sabedoria aqui implicita. Logo, se não conhecemos a origem real do nome, não podemos saber o contexto exato do símbolo... Mas não quer dizer que não podemos analisá-lo.

Sua história é tão controversa quanto seu nome e esta ligada diretamente aos Templários, que foi por onde ouvimos falar dele pela primeira vez, quando Felipe o Belo acusou a ordem de Blasfemia e Heresia, no intuito de tomar as riquezas por tanto tempo ajuntadas por eles, advindas tanto por doação (para ser um cavaleiro templário, era preciso doar todos os bens), seja por pilhagem. Então, utilizou como pretensas acusações a prática de sodomia (relações homossexuais), adoração de um idolo com chifres, cuspir na cruz, dentre tantas outras.

Muitos tentaram representar este que fora o símbolo mais famoso ligado aos Templários. Aquele que teve mais sucesso foi o então sacerdote católico e pesquisador ocultista, padre Alphonse Louis Constant, vulgo Eliphas Levi.

Quando se fala de Eliphas Levi, imediatamente nos lembramos de Baphomet e do livro de sua autoria, onde esta a figura de nosso querido analisado aqui "Dogma e Ritual de Alta Magia", onde são explicados mais pormenorizadamente as regras que se devem seguir em rituais dos mais variados tipos, de Alta Magia, ou como se diz hoje, Magia Branca, ainda chamada também de Teurgia (apesar de que existem diferenças básicas entre os assuntos).

Analisando a Figura

De cara podemos notar que esta é uma figura misteriosa e amendrontadora. Reune em si, diversos simbolos em conjunto, fazendo com que ele mesmo seja bem rico em significados e detalhes.

Apesar de parecer demoniaco, não se assuste. Qualquer figura com tal aspecto serve exatamente para testar a coragem e o poder de raciocínio lógico daquele que observa.

A Cabeça de Bode e os chifres são símbolos de natureza masculina, indicando, como vimos anteriormente, um alto grau de sabedoria. Em contra posição, temos a Lua, circundando, praticamente "dançando" ao redor da figura, já expondo a sabedoria feminina, complementando-se.

Na cabeça ainda, podemos notar a estrela de cinco pontas, o Pentagrama. Do modo como esta, o Pentagrama mostra o Espírito sobrepujando os 4 elementos da Matéria, dando-lhes Vida.

Descendo os olhos, temos o Caduceu de Hermes, um símbolo fálico, também masculino. As serpentes, aqui representando o feminino, formam artisticamente o número 8, que quer representar o equilíbrio, da destruição e recomeço. está associado ao equilíbrio moral, ao caminho de iniciação e ao caminho de ascensão da energia "kundalini". A serpente da direita é chamada Od, que representa a vida livremente dirigida; a da esquerda Ob, vida fatal e o globo dourado no cimo Aur, que representa a luz equilibrada. Estas duas serpentes opostas figuram forças contrárias que podem se associar mas não se confundir.

Possui um corpo humano, da Cintura até o pescoço, e um animal, da cintura pra baixo. Vem indicar a dualidade Divina e Natural, residente nos seres humanos. Não podemos simplesmente ignorar nossos instintos e necessidades corporais, como também não devemos ignorar nosso espírito e mente. Corpo são em mente são, esta é a regra.

Finalizando os últimos pontos, a figura possui asas. Nem sempre asas tem a ver com anjos, mas com pureza, dependendo da forma como são desenhadas. Ou seja, contemplar o mundo, as idéias com pureza, e não distorcendo as coisas.

Acima, da cabeça, temos uma tocha em chamas, indicando iluminação e sabedoria também, com a figura apontando com um braço para cima, e com o outro para baixo indicando visualmente um axioma (ditado) escrito a muito tempo naquilo que chamamos de "As Tábuas de Esmeralda", dito: O que esta acima é como o que esta abaixo. Isso quer dizer que nós somos um reflexo do que há no astral e vicê-versa.

Logo, conseguimos perceber que o Baphomet não é uma figura demoniaca como muitos pensam. Esta é uma figura que traz para nós, seres humanos, um pouco do divino de uma forma secreta. Nos diz que não devemos julgar as coisas, pessoas e situações de acordo com as aparencias, mas de acordo com pureza de coração e assim evoluir.

Muitos símbolos aqui com certeza deixaram dúvidas, mas não podemos esquecer que este é apenas o primeiro post. Ainda irei explicar sobre eles e mais tantos outros.